
Por que uma gestão eficiente é essencial para ONGs de acolhimento infantil?
Por Valéria Gerolamo
O terceiro setor é um dos pilares na transformação social, especialmente quando se fala de organizações que acolhem crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. No entanto, para que essas instituições cumpram seu papel de forma efetiva, não bastam apenas boa vontade e recursos – é preciso governança sólida.
O que quer dizer “governança” no contexto de uma ONG de assistência social? Por que ela é tão crucial para garantir que o trabalho vá além do básico, impactando de forma efetiva e duradoura a vida de cada criança atendida?
O que é governança no terceiro setor?
Governança refere-se ao conjunto de práticas, políticas e estruturas que garantem uma ama administração com transparência, eficiência e responsabilidade em uma organização. No caso de ONGs como a Casa da Criança e do Adolescente de Santo Amaro Grossarl, uma boa governança significa:
- Gestão estratégica com metas claras e alinhadas à missão social;
- Processos bem definidos, desde o acolhimento até o acompanhamento psicológico e educacional;
- Transparência na aplicação de recursos, assegurando que cada doação seja usada de forma ética e eficiente;
- Cumprimento rigoroso das leis, como o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), evitando riscos jurídicos.
Por que a governança é tão importante no acolhimento infantil?
Quando se trata de crianças e adolescentes que sofreram abusos, negligência ou abandono, o acolhimento vai muito além de oferecer um teto e alimentação. É necessário atendimento personalizado, com suporte psicológico, educacional e social, para que elas possam se recuperar e reconstruir suas vidas.
A falta de uma gestão bem estruturada gera os seguintes riscos:
- Falta de acompanhamento individualizado, deixando traumas não tratados;
- Desperdício de recursos, prejudicando a sustentabilidade da organização;
- Equipe desmotivada ou despreparada, afetando a qualidade do atendimento.
Uma ONG de acolhimento infantil só cumpre sua missão quando vai além do assistencialismo básico. Para tanto, governança não é um luxo – é uma necessidade.
Valéria Gerolamo é Gerente Geral da CCASA, como como foco a gestão estratégica e operacional. Atua também como conselheira no Inspire, contribuindo com sua experiência em governança e impacto social. Sua sólida trajetória em marketing e vendas – trabalhou na P&G, Eccelera e Duplo Efeito – alia visão empresarial à gestão do terceiro setor.