Com 17 anos, acolhida da Casa da Criança e do Adolescente de Santo Amaro (CCASA) não espera acontecer: “Quero cursar Relações Internacionais”
De segunda a sexta, o despertador toca às 6h20 para Tania* (17) estar a caminho do trabalho às 7h40. O percurso do bairro Campo Grande, na Região Sul de São Paulo, onde mora, até a Avenida Paulista, endereço da sede da seguradora Tokio Marine, onde atua como Jovem Aprendiz, é percorrido de ônibus e metrô. O expediente vai das 9h às 15h. De lá, a adolescente segue para o Colégio São Luís, na Vila Mariana, onde cursa o Ensino Médio (EM) das 16h30 às 22h30. Por volta de 23h30, está de volta ao Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (SAICA 2) da CCASA, seu lar desde 2018. “É cansativo, ano passado pensei em desistir do EM lá, mas aí eu estaria mais descansada e ia fazer o quê?”, reflete Tania. “Nesse momento de desânimo, a equipe técnica de CCASA me deu muito apoio e inventivo.”
A oportunidade de estudar no Colégio São Luís surgiu por meio de bolsa oferecida a adolescentes em situação de acolhimento institucional. Ela ingressou nessa instituição de ensino em 2022 e está no 2º ano do EM. Antes, estudava em uma escola pública próxima ao SAICA 2. O primeiro contato de Tania com a Tokio Marine surgiu por meio de parceria entre a seguradora e a CCASA – em 2021, o Projeto Sementes do Brasil ofereceu a adolescentes acolhidos direcionamento para o mercado de trabalho. Dentre os vinte selecionados para participar da capacitação semanal seguida de mentoria que a Tokio Marine ofereceu, estava Tania. “Em 2022, na semana em que completei 16 anos, fui chamada pela empresa para ser Jovem Aprendiz e desde então estou na área de vendas”, conta. “Tenho aprendido demais nesses últimos anos, principalmente a acreditar que sou capaz, a ter responsabilidade, a entender que preciso abrir mão de certas coisas para conquistar outras. Nada vem sem suor; do esforço vêm as recompensas.”
Madrinha afetiva: vínculo mais que salutar
O suporte para Tania prosseguir desenvolvendo plenamente suas potencialidades não vem só da CCASA, da seguradora e da escola: o apadrinhamento afetivo tem desempenhado papel-chave em sua vida. Ela conheceu Thaís, sua madrinha afetiva, em ação realizada por voluntários por conta do Dia das Crianças. Desde então, desenvolveram um vínculo mais que salutar. É comum Tania frequentar a casa da madrinha e do padrinho nos finais de semana, já viajaram juntos. “Uma das coisas de que mais gosto é assistir a um filme com primas que ganhei no final de semana”, conta a adolescente. Aliás, nem só de trabalho e estudo vive a garota, né? “Nesse período de férias escolares, estou aproveitando a vida um pouco mais tranquila. Nos finais de semana, além de ver minha madrinha, é bom poder dormir um pouco mais, curto um passeio no parque, um piquenique, ajeito minhas roupas, gosto quando vou comer em um lugar diferente.” Ela deixa aqui, inclusive, as dicas de suas séries favoritas – On My Block, Julie e os Fantasmas e The Kardashians – e de leituras – a coleção de obras Harry Potter.
Quanto aos planos futuros, Tania sonha cursar Relações Internacionais. “Gostaria muito de um dia poder trabalhar em uma empresa em outro país, conhecer o mundo”, ela diz. “Preciso aperfeiçoar o meu inglês.”
Sobre nós
A CCASA atua com crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade em 2 frentes:
- atendimento no contraturno escolar (145 vagas em 2 unidades)
- acolhimento institucional integral (55 vagas em 4 unidades)
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*O nome foi substituído para garantirmos a privacidade da adolescente